terça-feira, março 25, 2014

Teodora Cardoso propõe tributar os levantamentos bancários

A presidente do Conselho de Finanças Públicas, Teodora Cardoso, deixou aos deputados do PSD uma nova forma de cobrar impostos no pós-troika: taxar os levantamentos que são feitos nas contas bancárias onde são depositados os salários e as pensões.
A solução está prevista no Orçamento do Estado inglês e foi proposta como um imposto progressivo pela economista durante as jornadas parlamentares do PSD, a decorrer esta segunda e terça-feira em Viseu.
No final, Teodora Cardoso explicou aos jornalistas que a vantagem desta solução é que não incidiria directamente sobre os rendimentos auferidos, seja salários, seja pensões.
“Em vez de um imposto que desincentiva o rendimento, este incentiva a poupança”, afirmou a presidente do organismo independente, que faz o acompanhamento das contas públicas. Questionada pelos jornalistas sobre se tem dados relativamente ao valor preciso dos cortes para o próximo ano — que Passos Coelho disse esta segunda-feira ainda não ter — Teodora Cardoso assumiu também desconhecer.
"Estou como ele. Ainda não é possível fazer essas contas", respondeu. 
Durante a sua intervenção, num painel subordinado ao tema da Sustentabilidade da dívida, Teodora Cardoso, defendeu também que é necessário “repensar a política fiscal” no sentido de “simplificar” e de “estabilizar o quadro fiscal”.
“Todos os anos, o Orçamento do Estado tira, põe, no código do IVA, do IRC. Isto é o pior para o investidor”, afirmou.
Teodora Cardoso deixou ainda um alerta sobre o nível salarial. “Os salários não vão nunca subir muito. Portugal vai competir com países com salários baixos", disse.
No mesmo painel, o presidente do Tribunal de Contas, Guilherme d’Oliveira Martins, sublinhou a necessidade de cumprir o Tratado Orçamental, mas avisou que o caso de cada país tem de ser considerado.
"É indispensável percebermos que o tratado orçamental é algo de fundamental mas é algo que tem de ser lido com extraordinário cuidado a partir da compreensão de que cada uma das situações de cada um dos países da União Europeia tem de ter a sua consideração própria", disse o ex-ministro socialista. 

Fonte: Público

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